Por José Henrique Germann Ferreira* para o GIFE
O principal papel do Investimento Social Privado (ISP) é reconhecer as necessidades e diversidades de seus beneficiários. O Brasil tem o maior sistema de saúde pública do mundo e, ancorado em seus princípios, abrange toda a população brasileira, sendo esta a principal justificativa para a participação do ISP no aprimoramento do SUS (Sistema Único de Saúde) e no fortalecimento da saúde pública no país.
Dentre os princípios doutrinários do SUS temos, na Equidade, o maior desafio: o reflexo da estrutura desigual do nosso país e os determinantes sociais dela decorrentes.
Embora a Equidade esteja intimamente atrelada aos determinantes sociais e atingi-la esteja além do alcance do investimento social privado na saúde, esse tipo de recurso pode contribuir de modo relevante na redução das desigualdades de acesso à saúde.
O ISP tem duas frentes principais de atuação no fortalecimento da saúde pública: o aprimoramento profissional das pessoas e o avanço tecnológico adequado. Esse último engloba a tecnologia de informação, eficiência operacional e de processos, espaço físico e equipamentos.
O aprimoramento profissional nessa área se dá por meio de movimentos transformadores na capacidade técnica e no conhecimento das pessoas (capacitação e qualidade). Tais movimentos ocorrem na realização permanente de cursos profissionalizantes, aperfeiçoamento e especialização, distribuídos na graduação e na pós-graduação, em programas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Futuramente, conceitos inovadores de saúde baseada em valor, satisfação do(a) cliente e segurança do paciente, entre outros, deverão ser incorporados.
Por outro lado, com relação ao ISP nas áreas tecnológicas, além da importância quanto ao acesso aos serviços, outro aspecto alcança alta relevância: a tangibilidade dos investimentos, possibilitando auditoria e controle. Isso se dá com a implementação de sistemas de TI (Tecnologia da Informação), equipamentos médicos e seus constantes avanços, eficiência operacional e melhoria dos processos de gestão, e ainda aproveitamento adequado do espaço físico.
Em resumo, são inesgotáveis as possibilidades de colaboração do setor privado para o aprimoramento do SUS e fortalecimento da saúde pública no país, por meio de seus investimentos e atuação colaborativa em prol de toda a população brasileira.
*José Henrique Germann é Diretor de Relações Institucionais da Fundação Maria Emília. Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP, com Residência em Cirurgia, mestrado em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde pela FGV e Doutorado em Saúde Pública. Foi Diretor Superintendente do Instituto de Consultoria e Gestão Albert Einstein e Secretário de Saúde do Governo do Estado de São Paulo. Com uma brilhante carreira, o Dr. José Henrique atua como Consultor em Saúde e Diretor de Relações Institucionais da FME
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