A mestranda Adrielle Sacramento de Morais, apoiada pela FME, está investigando novos fármacos derivados da artemisinina em um laboratório de referência internacional no que tange o cultivo de parasitos resistentes, por meio de uma parceria entre o grupo de pesquisa em malária da Fiocruz-Bahia, liderado pelo pesquisador Diogo Moreira, e o grupo do Centro Nacional de Pesquisa Cientifica (CNRS) alocado em Toulouse – França, liderado pela pesquisadora Françoise Benoit Vical.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a malária é uma doença infecciosa de proporções globais que, apesar dos tratamentos disponíveis, ainda causa mortalidade em mais de 600.000 pessoas anualmente. A doença é caracterizada por sintomas típicos como febres altas, cefaleia, calafrios, dentre outros. Dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (SIVEP-Malária) mostram um aumento nos surtos de malária no Brasil, notoriamente no território indígena Yanomami que, em 2022, foi acometido com 10% dos casos do país, apesar de representarem apenas 0,013% da população, chamando atenção da comunidade cientifica internacional.
Um dos maiores desafios que os pesquisadores e cientistas precisam contornar é o surgimento de parasitos que resistem ao principal tratamento disponível atualmente, a Terapia Combinada de Artemisinina (TCA). Além disso, é necessário um esforço comunitário e global, em paralelo com os incentivos as colaborações internacionais de pesquisa, para o estudo e desenvolvimento de novos tratamentos, bem como a compreensão dos fenômenos de resistência que o Plasmodium spp. (agente etiológico da malária) vêm desenvolvendo. Com o alcance desse objetivo, seria possível reestruturar e otimizar os programas básicos de saúde voltadas ao enfrentamento da malária no Brasil e no mundo.