Artigo escrito pela nutricionista Vivian Silva do Nascimento (CRN 5 3938)

Alimentos in natura ou minimamente processados são fundamentais para garantir uma alimentação saudável. O consumo de alimentos ultraprocessados deve ser evitado, pois está associado a doenças do coração, obesidade e outras doenças crônicas.

De acordo com o processamento, os alimentos são classificados em:

  • Alimentos in natura: são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas, frutos, ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza. Exemplos: legumes, verduras, frutas, batata, mandioca e outras raízes e tubérculos;
  • Alimentos minimamente processados: são alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos: grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado;
  • Alimentos processados: são fabricados pela indústria, com a adição de sal ou açúcar e outros ingredientes para torná-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. Exemplos: palmito e outros vegetais em conserva, sardinhas enlatadas, frutas em calda e queijos, pães feitos com farinha de trigo e leveduras;
  • Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais prontas para consumo, feitas com ingredientes com nomes pouco familiares e não usados em casa (carboximetilcelulose, açúcar invertido, maltodextrina, frutose, xarope de milho, aromatizantes, emulsificantes, espessantes, adoçantes, entre outros). Exemplos: salgadinhos de pacote, refrigerantes e bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, biscoitos recheados e chocolate.

Por mais que o alimento processado mantenha a identidade básica e a maioria dos nutrientes do alimento do qual deriva, os ingredientes e os métodos de processamento utilizados na fabricação alteram de modo desfavorável sua composição nutricional.

É o caso do sal e açúcar, por exemplo, que são usados em quantidades bem maiores nos alimentos processados em comparação às preparações culinárias caseiras. A adição de açúcar ou óleo transformam alimentos com baixa ou média quantidade de calorias em alimentos de alta densidade calórica. Em função disso, o consumo dos alimentos processados deve ser feito em pequenas quantidades.

Os alimentos ultraprocessados devem ser evitados, pois são nutricionalmente desbalanceados, conforme o Guia Alimentar para População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde.  A formulação e apresentação desses produtos, incentivam o consumo excessivo e a substituição da comida de verdade. Muitos aditivos utilizados são sintetizados em laboratório e têm como função estender a duração dos produtos ou dotá-los de cor, sabor, aroma e textura que os tornem extremamente atraentes.

Além disso, os alimentos ultraprocessados são feitos para serem consumidos a qualquer hora e lugar, incentivando o ato de comer sem atenção. Todos esses fatores promovem o alto consumo de calorias sem qualidade nutricional. As formas de produção, distribuição, comercialização e consumo dos alimentos ultraprocessados afetam, de modo desfavorável, a saúde, cultura, a vida social, o meio ambiente e o bem-estar geral de uma sociedade.