Especialista alerta sobre cuidados com a pele no verão

O verão chegou e com ele os cuidados com a pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele corresponde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no país. Só em 2020 foram registrados 8,4 mil novos casos de melanoma no Brasil e aproximadamente 2 mil mortes relacionadas à doença.
Para prevenir do câncer de pele e lesões provocadas pelos raios UV, o dermatologista e parceiro da FME, Paulo Roberto Lima Machado reuniu as principais dúvidas sobre o tema. Confira.
– QUAIS OS CUIDADOS DIÁRIOS QUE DEVEMOS TER PARA PROTEGER A PELE DO SOL?
Evitar exposição direta e prolongada ao sol entre 10 e 16 horas; uso de roupas protetoras e de filtro solar diariamente principalmente para quem se expõe frequentemente devido a questões profissionais, esportivas ou recreativas. Além disso, todas as pessoas com pele muito clara, histórico pessoal ou familiar de câncer cutâneo devem redobrar os cuidados.
– COMO CONCILIAR A PROTEÇÃO SOLAR CONTRA O CÂNCER DE PELE E A NECESSIDADE DE EXPOSIÇÃO AO SOL PARA PRODUZIR VITAMINA D?
Como tudo na vida, equilíbrio e bom senso são fundamentais. Calcula-se que cerca de 15 minutos de exposição solar no tronco e membros, 3 vezes por semana são suficientes para a produção de níveis satisfatórios de vitamina D, no horário onde justamente a radiação UV pode ser mais danosa (entre 10-16h). Portanto, nesse momento, as áreas mais sensíveis e expostas como rosto, mãos e antebraços devem estar protegidas. Além disso, para os que possuem pele muito clara e histórico de câncer cutâneo e devem ter um cuidado maior, os níveis de vitamina D devem ser verificados regularmente e suplementação oral indicada se necessário.
– QUAIS OS CUIDADOS QUE DEVEMOS TER NA PRAIA OU PISCINA?
Aplicar o protetor solar se possível 30 minutos antes da exposição solar, reaplicar no momento da exposição e no máximo a cada duas horas. O ideal é reaplicar o protetor sempre após o contato com a água ou atividade física que leve a sudorese. Em adição ao uso do protetor, outras medidas são importantes, como uso de roupas, chapéu e ficar mais na sombra, lembrando que mesmo na sombra a radiação UV nos atinge pelo reflexo da água ou areia.
– QUAIS OS DANOS CAUSADOS PELA EXPOSIÇÃO EXCESSIVA AO SOL?
Envelhecimento cutâneo acelerado, com o aumento de rugas e de manchas nas áreas expostas, além de maior fragilidade e perda da elasticidade da pele. Adicionalmente, e ainda mais importante, o aparecimento de lesões pré-malignas e de câncer de pele.
– O CÂNCER DE PELE É FREQUENTE?
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 600 mil novos casos no Brasil e o câncer da pele responde por 33% de todos os tipos de câncer. Ou seja, a cada ano temos mais de 180 mil casos novos de câncer de pele causados pelo sol.
– EXISTE CÂNCER DE PELE QUE NÃO SEJA CAUSADO PELO SOL?
Sim, mas são raros.
– QUAIS OS TIPOS DE CÂNCER DE PELE?
Os principais são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma, sendo o basocelular o mais comum correspondendo a cerca de 70% dos cânceres cutâneos. Além de mais comum o basocelular é o menos agressivo, mas deve ser sempre tratado.
– QUAIS OS SINAIS E/OU SINTOMAS QUE MERECEM ATENÇÃO E INDICAM POSSÍVEL PROBLEMA DE PELE CAUSADO PELA EXPOSIÇÃO AO SOL?
Vermelhidão e/ou ardor nas áreas expostas; aparecimento de “sinais” ou lesões na pele que crescem rapidamente, de aspecto irregular, e/ou com sangramento espontâneo. Nesse caso, procurar um dermatologista é importante para avaliação e exame detalhado.
– QUAL A IMPORTÂNCIA DO PROTETOR SOLAR PARA A PELE E QUAL O FATOR DE PROTEÇÃO QUE REALMENTE PROTEGE CONTRA A RADIAÇÃO SOLAR?
O uso regular e correto pode diminuir muito a chance de aparecimento de lesões pré-malignas e malignas, além de diminuir os sinais de envelhecimento da pele. O fator igual ou acima de 30 é o mais indicado, lembrando que este fator de proteção se refere à radiação do tipo UVB. É também importante verificar e utilizar protetor solar que também possua filtro para radiação do tipo UVA. Além disso o uso de roupas e chapéus também podem contribuir para a proteção.
– O USO DE BRONZEADORES OU AUTOBRONZEAMENTO É INDICADO?
Não, pois é um fator de risco para câncer de pele devido à exposição adicional à radiação UV. Pode predispor ao câncer da pele e também ao envelhecimento cutâneo precoce.
Fonte: Dr. Paulo Roberto Machado, Dermatologista e pesquisador parceiro da FME.